segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Música e respeito andam juntos, sabia?




  Um dia desses, uma conhecida criticou a versão abaixo dada à música ' Sunday Bloody Sunday ', originalmente gravada pela banda U2. Isso me incomodou um pouco. Adoro a banda Sambô, a qual regravou a música em ritmo de samba, mas  não pensem que o incômodo foi pelo meu apreço pela banda. Não! Meu incômodo é antigo, a crítica apenas serviu para que eu pudesse expô-lo.


Meu pai é negro e, portanto, fui criada no meio de rodas de samba. Adoro um pagode e um bom samba. No entanto, nos meios em que convivo, poucos são os que têm a mesma afinidade musical que eu. E não, ainda não é isso que me incomoda. Discordo é do lugar que colocam os ritmos que eu gosto.

A grande maioria associa as músicas de pagode e de samba como músicas de pessoas desfavorecidas monetariamente, como se um pobre não fosse capaz de optar por uma 'música de verdade'. E aí está o grande problema! Realmente, é da favela que, normalmente, saem músicas de samba, mas quem disse que elas não são tão dignas quanto as músicas que vêm do asfalto?

O que eu quero expressar aqui é que cada um tem a liberdade de escolher as músicas que quer ouvir. Tenho a impressão que essa escolha vai além do nosso gosto. O quanto nos alegra, o quanto nos acalma, o quanto nos ensina e até mesmo como o nosso tímpano se comporta, tudo isso é importantíssimo para se optar por uma determinada sinfonia. No entanto, não devemos julgar a escolha dos outros. Eu, por exemplo, não gosto de determinados estilos de rock, acho meio gritado, me incomoda. Mas nem por isso eu saio por aí dizendo que essas determinadas músicas são menos que as outras, entende?

Não desconsidero o fato de que algumas canções são mais elaboradas que outras. Não quero comparar Beatles com Exalta. Entretanto, quero que as músicas das duas bandas sejam tratadas com a mesma dignidade, pois quando criticamos um estilo musical, estamos, sim, indiretamente, criticando as pessoas que optaram por ele, como se elas não fossem inteligentes o suficiente para escolherem algo melhor.

Sou bastante eclética, além do samba e do pagode, gosto de muitos outros estilos musicas, do gospel ao rock. Além disso, desgosto de alguns também. Porém, tento repeitar a decisão musical de cada um. Como já disse, o livre arbítrio permite a cada pessoa gostar ou desgostar do que ela bem entender. No entanto, o respeito exige que ela não julgue a escolha do outro.

Aos meus amigos, que pegam no meu pé por causa do 'pagodin', informo-lhes que nenhum me fez sentir rebaixada musicalmente. Mas pensem na idéia, pois um dia vocês podem cometer esse erro, sem querer. Aos demais, deixo o meu pedido de reflexão musical. Basta não ouvir as músicas que vocês não gostam, não é necessário ficar criticando-as por aí.

Sejam felizes com as escolhas de vocês, sem estragar a dos outros!

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