Vocês se consideram pessoas corajosas?
Gosto de ver filmes de ação e, como sonhadora que sou, adoro me colocar na história do filme. Acabei de assistir, pela terceira vez, ' As Crônicas de Nárnia e a Viagem do Peregrino da Alvorada '. Assim como nos outros filmes, Lúcia e Edmundo, são chamados a um país secreto, Nárnia, onde são reis, para ajudarem em mais uma aventura. Os minutos vão passando e as dificuldades só aumentam, no entanto, eles não perdem a coragem em um só instante.
De repente, me pego pensando que eu não teria a mesma coragem. Sou bastante medrosa, confesso. Derrotar monstros, lutar em guerras, desafiar gigantes não seria pra mim. Entretanto, a maior batalha do filme me fez repensar o quão corajosa eu sou.
O pior inimigo de Lúcia, Edmundo, dos tripulantes do Peregrino da Alvorada e o de cada um de nós são os nossos maiores pesadelos internos! As piores batalhas que iremos enfrentar serão os desafios impostos por nossa consciência. E aí é que se encontra a dificuldade: somente nós podemos duelar com estes 'monstros'. As pessoas podem até nos auxiliar, dando conselhos e dicas de como proceder, mas a decisão de agir deverá ser nossa.
Quantas vezes, os nossos próprios medos não nos deixaram seguir em frente? O medo de decepcionar as pessoas que nos cercam, a apreensão de nos machucar, a angústia de sermos julgados erroneamente? Pensando nisso, vejo que podemos aniquilar qualquer 'bicho papão' da realidade, mas os nossos internos sempre estarão presentes. Todavia, é necessário coragem para enfrentá-los a cada manhã!
O nosso maior fracasso é sermos vencidos pelos nossos pesadelos internos, pois, nesse caso, não se pode colocar a culpa em mais ninguém, a não ser em nós mesmos. Se tornar um covarde e o algoz da própria vida é capaz de destruir a existência de alguns e das pessoas que os cercam. As doenças psíquicas estão aí, para não me deixar mentir, surgindo como efeitos dessa covardia.
Tornar-nos os autores de nossa própria história não é tão intrínseco quanto pensamos. Os nossos maiores medos podem tomar o comando de nossas vidas sem que percebamos. No entanto, nunca é tarde para que a gente recupere a posição de comandantes! Devemos, a cada amanhecer, reconhecer os nossos erros e tentar enfrentá-los durante o dia. Caso, ao anoitecer, não tivermos ganho a batalha, não devemos desistir. O sol nasce todos os dias para que tenhamos a possibilidade de lutar novamente. Além disso, o pior fracasso não é o medo e, sim, a desistência.
No decorrer do filme e da minha reflexão, percebi que não sou tão covarde assim. Tem alguns medos que já consegui derrotar, como a incerteza de ser ou não capaz de ingressar na faculdade tão almejada. Porém, continuo com milhares de outros medos, que venho enfrentando a cada dia. Apesar de não ser fácil, não penso em desistir. Derrotá-los não me darão reinos ou tesouros, apenas farão com que eu continue na busca dos meus ideias, o que, pra mim, não é pouco.
O problema não é sentir medo e, sim, não enfrentá-lo. Enfrente, batalhe, lute! Vencer será apenas uma das consequências.