sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Compartilhando a Vida



  Ontem, ao ler o texto sobre Legado, no blog do meu amigo Gusta, me inspirei para escrever mais uma vez sobre as pessoas que acabam escrevendo a história das suas vidas junto com a nossa.

 Bom, vou começar contando que, neste ano, tive uma grande conquista: ingressar na faculdade de Medicina da UFRGS. Desde que me entendo por gente só tinha uma resposta quando me perguntavam o que eu desejava ser quando crescesse. Ao longo dos anos, essa idéia só se fortaleceu e, ao final do ensino médio, eu acabei decidindo, definitivamente, a perseguir esse sonho. Foram três anos de cursinho, e, consequentemente, três derrotas no vestibular. Mas não é esse o foco da minha conversa.

 No dia do listão, dia 20 de janeiro desse ano, eu estava em casa e sozinha. Já tinha corrigido as provas e sabia que tinha grandes chances de conseguir a aprovação. No entanto, e os vestibulandos de medicina vão me entender, uma bom número de acertos não garante nada quando se presta vestibular para o curso mais concorrido e quando se tem uma redação para ser corrigida. O listão só sairia às 16hs e eu, desde às 13hs estava sentada no sofá, nervosa e ansiosa, esperando a divulgação.

Por volta das 15hs, recebo um ligação. Era o meu amigo Gusta me parabenizando pelo vestibular. Minha primeira reação foi xingá-lo, acreditando que isso não passava de um trote, já que o listão só seria divulgado mais tarde. Quando ia dizendo que isso era uma brincadeira de mau gosto, ele me interrompeu e soletrou o número da minha inscrição no vestibular. Paralisada, as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto e quase que não conseguimos manter um diálogo, tamanha era a nossa emoção.

O listão vazou antes da hora e como eu não estava na rede, não vi. O mais interessante é que eu sempre sonhava (acordada ou literalmente) que alguém me ligava, parabenizando-me pelo feito e acaba me contando a notícia. A angústia de rolar a página a procura do meu nome, que seria repetida pela 4º vez, era uma tortura pra mim, e receber a melhor notícia dessa maneira, foi simplesmente divino, e aqui, eu realmente atribuo o fato a Ele.

Enfim, cheguei onde queria. Eu e o Gusta nos conhecemos desde pequenos, pois nossas mães são muito amigas. Mas a nossa amizade só nasceu em 2008, quando começamos a participar de um mesmo grupo de jovens (CLJ). Apesar da amizade de nossas mães, a nossa relação foi independente da delas e, eu acredito, que tenha sido muito melhor assim.

O momento da aprovação ficará marcado em minha vida para sempre, pois pra mim foi a maior conquista que tive até o momento. E junto com ele, ficará a memória do Gusta, que muito iluminado, foi quem me deu a notícia, tornando a lembrança mais especial.

Quantas pessoas assim já passaram por tua vida? Quantos momentos assim tu tens lembrança?


Uma notícia, uma conversa, um conselho ou um sorriso, nos momentos de conquista ou nos de derrota, pessoas especiais, que nutrem um sentimento verdadeiro por ti, te acompanham e permitem-se dividir os momentos da vida contigo. Isso é genial! Por mais únicos e individualistas que possamos ser, se olharmos ao nosso redor, a cada dia, há um indivíduo que, de graça, oferece o seu companheirismo, pedindo o nosso em troca e, de vem em quando, ele ainda acaba nos surpreendendo, pegando a caneta e escrevendo a nossa história.

Deixem-se compartilhar. Compartilhem cada momento de suas vidas com as pessoas que vocês gostam. Esse 'emaranhado de vidas' acaba colorindo a nossa, nos ensinando muito e fazendo valer a nossa existência. Deixem-se doar, deixem-se receber. Há muita gente querendo um pouco de atenção, um pouco de carinho e há tantos outros querendo oferecer o que nós tanto precisamos.

Ao Gusta e aos meus tantos outros amigos, só tenho a agradecer. A vocês, deixo uma #dica: caminhar sozinho não é tão interessante como caminhar lado a lado, afinal, ter alguém para poder contar e compartilhar as aventuras vividas torna a nossa história mais real!

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